O relatório de emprego não-agrícolas (NFP) de julho foi mais fraco do que o esperado, o que desencadeou vendas em massa algumas semanas atrás e gerou expectativas de medidas expansionistas mais agressivas por parte do Fed. De acordo com as previsões, investidores e traders esperavam que o Fed cortasse as taxas em 125 pontos-base até o final do ano.  

No entanto, os dados econômicos dos EUA divulgados posteriormente demonstraram que a economia está em uma posição melhor, o que reduziu as expectativas de 125 pontos-base para apenas 100 pontos-base. Ambas as opções ainda são expansionistas, pois mesmo um corte de 100 pontos-base deve ser distribuído entre as três reuniões restantes, com a primeira prevista para ocorrer em setembro.

De acordo com as previsões mais recentes, a probabilidade de um corte duplo (50 pontos-base) na reunião que ocorrerá em setembro é de cerca de 25%, mas essa ação já está quase totalmente precificada para dezembro, na última reunião de 2024. Com tudo isso em mente, traders e investidores estão antecipando o próximo Simpósio de Jackson Hole, que ocorrerá na quinta e sexta-feira desta semana, com o presidente do Fed, Jerome Powell, sendo um dos principais atores.  

Além disso, junto com Jerome Powell, muitos outros palestrantes farão seus comentários sobre a situação atual e as mudanças futuras na política monetária.  

Com a situação atual da inflação anual, que permanece em torno de 3%, será interessante ver se o Fed ainda está disposto a adotar uma postura mais expansionista. Mesmo com os comentários mais recentes de Powell sobre a porta que ainda está aberta, não há certeza se o FOMC está preparado para fazer um corte duplo ou não.  

Além dos comentários sobre a política monetária, o evento é interessante para aqueles que acompanham projeções econômicas. É provável que os palestrantes, incluindo Powell, façam suas próprias projeções econômicas, especialmente sobre a recessão que provoca temores nos mercados financeiros.  

Quanto à última reunião, a ata será divulgada na quarta-feira. No entanto, é provável que traders e investidores deem mais importância ao simpósio.  

PMIs Globais Também Estão em Foco  

Além do Simpósio de Jackson Hole e da ata da reunião do FOMC, vale a pena prestar atenção a uma série de PMIs que serão divulgados na quinta-feira. O Banco Central Europeu decidiu manter as taxas inalteradas em julho, com uma redução de 25 pontos-base prevista para setembro. Além disso, o próximo PMI da Alemanha e da França, bem como um PMI agregado da Zona do Euro, podem apoiar essa visão.  

O PMI industrial da Alemanha deve permanecer abaixo de 50, o que significa que as atividades industriais não estão se expandindo. O PMI industrial anterior foi de 43,2, enquanto os economistas esperam que esse indicador suba 0,2, para 43,4.

Em relação ao PMI de serviços da Alemanha, espera-se uma dinâmica negativa na quinta-feira. O indicador provavelmente perderá 0,2 pontos e diminuirá de 52,5 para 52,3.  

O Banco da Inglaterra (BoE) sinalizou que será mais cauteloso em expandir sua política monetária. Após cortar a taxa em 1º de agosto, o próximo passo será cuidadosamente avaliado antes que os oficiais cortem as taxas novamente.  

Os PMIs Industrial e de Serviço do Reino Unido desta semana devem apresentar uma dinâmica ligeiramente positiva. A taxa de desemprego divulgada na semana passada caiu de 4,4% para 4,2%, o que foi outro sinal de uma melhor condição econômica.  

A Recuperação do CAD Depende dos Dados do IPC  

Os dados do IPC canadense, que serão divulgados na terça-feira, atraíram muita atenção, já que o Banco do Canadá (BoC) cortou as taxas em cada uma das duas últimas reuniões. Além disso, os oficiais insinuaram que a porta está aberta para mais ações no futuro.

De acordo com as previsões mais recentes, é provável que o Banco do Canadá siga esse curso e corte as taxas novamente este ano. Uma desaceleração adicional na inflação pode aumentar a confiança nessa opinião. Se isso acontecer, o CAD ficará sob pressão nos próximos pregões.  

No entanto, não é apenas a inflação que pesa sobre a moeda ligada ao petróleo. A recuperação nos preços do petróleo devido ao aumento das tensões no Oriente Médio pode levar a problemas de fornecimento. Por outro lado, espera-se que a demanda também seja menor devido a uma recessão que pode afetar as principais economias e as emergentes. Portanto, os cortes na taxa de juros já estão precificados, e uma desaceleração na inflação provavelmente não causará muito impacto.  

A Inflação do Japão Também Está em Foco 

No que diz respeito ao iene japonês, os dados de inflação de julho, que serão divulgados na sexta-feira, estão previstos para subir de 2,6% para 2,7%. Se isso acontecer, a probabilidade de outro aumento de taxa é apenas uma questão de tempo. É provável que o Banco do Japão (BoJ) endureça sua política monetária novamente este ano.  

Mesmo que todas essas expectativas levem a um iene mais forte, é improvável que a alta seja longa o suficiente, pois as taxas de juros ainda estão muito baixas em comparação com outros grandes bancos.