O Dólar Americano Permanece Fraco com o Aumentos das Expectativas de um Corte de Juros Pelo Fed
O dólar americano enfrentou amplas quedas na sexta-feira e ampliou suas perdas contra várias moedas importantes na segunda-feira, após um decepcionante relatório de emprego nos Estados Unidos. Abril registrou o menor número de novos postos de trabalho em seis meses, juntamente à uma queda abaixo de 4,0% no crescimento anual dos salários pela primeira vez em três anos.
O enfraquecimento do mercado de trabalho incentivou os investidores a aumentarem suas apostas em cortes de juros, especialmente depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sugeriu uma inclinação para reduções nas taxas. Os futuros dos fundos do Fed agora implicam em uma probabilidade de quase 85% de um corte de 0,25 ponto percentual em setembro, com expectativas de um total de 45 pontos-base em cortes até o final do ano.
Os comentários dos representantes oficiais do Fed, John Williams e Thomas Barkin, ecoando a postura de Powell contra aumentos de juros e sugerindo cortes potenciais, reforçaram ainda mais o sentimento do mercado em relação a reduções de juros.
Na ausência de dados importantes dos EUA, a atenção se volta hoje para o discurso do presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, conhecido por suas visões hawkish, ou contracionistas. Os traders aguardam sua perspectiva em relação às taxas de juros, pois a confirmação de uma postura dovish, ou expansionista, poderia gerar uma maior pressão baixista sobre o dólar, levando os investidores a ajustar suas expectativas de trajetória dos juros de acordo.
O presidente do Federal Reserve (Fed) de Richmond, Thomas Barkin, voltou a ser manchete na segunda-feira, abordando as condições econômicas dos Estados Unidos e respondendo a perguntas do público durante um discurso na Carolina do Sul como membro votante do Federal Open Market Committee (FOMC).
Esses foram os principais pontos do discurso de Barkin:
- Contatos empresariais indicam que o mercado de trabalho está gradualmente voltando à normalidade, embora certos setores ainda estejam em processo de recuperação.
- As métricas para a taxa de juros neutra aumentaram, mas a política atual continua parecendo restritiva.
- Barkin acredita que as taxas de juros atuais são suficientemente restritivas.
- Ele percebe que os riscos estão inclinados ao aumento da inflação.
- Ajustar os aspectos formadores de preço leva tempo, o que contribui para a persistência de dados recentes que mostram tendências inflexíveis. Barkin expressa menos otimismo em relação ao cronograma para controlar a inflação.
- Ele prevê que o Fed precisará moderar a demanda para combater a inflação com eficácia.
- Barkin não observou evidências que indiquem que a inflação está em um caminho sustentável.
- Apesar das contínuas preocupações com a inflação, o crescimento do PIB permanece robusto, com o Fed agora se concentrando mais no mercado de trabalho.
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Iene com Dificuldades para Continuar sua Tendência de Alta Após uma Forte Semana
O iene começou a semana em baixa, após seu melhor desempenho desde o início de dezembro de 2022, algo atribuído às suspeitas de intervenção das autoridades japonesas em duas ocasiões.
Apesar da impressionante alta de 5,25% da moeda japonesa desde a intervenção inicial provocada pela queda do par dólar/iene para 160, o declínio desta semana ressalta as dúvidas sobre a eficácia da intervenção isolada para reverter sua tendência.
Embora as perspectivas de novas intervenções por parte das autoridades japonesas persistam, a sustentabilidade da recuperação do iene pode exigir uma mudança na estratégia de comunicação do Banco do Japão (BoJ). A recente reunião do BoJ gerou decepção, pois o banco se absteve de sinalizar a iminente probabilidade de aumento nos juros, ao contrário das expectativas de uma possível mudança durante o verão.
GBP: O BoE Mudará Alguma Coisa na Política Monetária?
A terceira reunião de 2024 do Banco da Inglaterra está marcada para quinta-feira. A declaração para a imprensa, as atas da reunião e o Relatório de Política Monetária serão divulgados às 08:00 BRT, com a importante coletiva de imprensa ocorrendo 30 minutos depois.
O mercado espera que não haja alteração na taxa básica de juros atual de 5,25%. A atenção estará voltada para três fatores principais: projeções da inflação descritas no Relatório de Política Monetária, padrões de votação e o tom geral da coletiva de imprensa.
As condições econômicas têm apresentado sinais mistos desde a reunião anterior em março. Embora haja alguns indicadores positivos, como sinais de crescimento no primeiro trimestre destacados pelas pesquisas PMI e a resiliência no setor imobiliário mesmo com o aumento das taxas de juros, a inflação continua sendo uma preocupação significativa para o Banco da Inglaterra. O indicador núcleo do IPC permaneceu acima de 4% por 28 meses consecutivos, refletindo pressões inflacionárias persistentes, enquanto o forte crescimento salarial se insere no cenário inflacionário.
As previsões programadas para serem divulgadas às 08:00 BRT estão sendo altamente antecipadas, especialmente após o Relatório de Política Monetária de fevereiro projetar um declínio da inflação geral para 2,3% até o final de 2026. Qualquer desvio dessa projeção poderia impactar as expectativas do mercado e influenciar a probabilidade de futuros cortes de taxas.
A possibilidade de representantes com visões contracionistas defenderem um aumento da taxa ainda persiste, com os membros Mann, Haskel e Greene anteriormente defendendo possíveis aumentos. No entanto, tendências recentes aliviando as pressões inflacionárias podem mantê-los alinhados com a decisão da maioria.
Apesar dos recentes desdobramentos econômicos e da probabilidade do Fed manter sua postura de cortes, é improvável que o Banco da Inglaterra mude para uma postura dovish. É esperado que o governador Andrew Bailey mantenha um tom cauteloso na coletiva de imprensa, especialmente por conta das incertezas em torno dos desdobramentos no Oriente Médio, potenciais impactos sobre os preços do petróleo e a postura do Fed.
Embora os números da inflação de abril possam refletir um alívio temporário devido aos preços mais baixos da energia em comparação com o ano anterior, os contracionistas dentro do Banco da Inglaterra permanecem firmes em sua crença de que a inflação aumentará gradualmente, alertando contra decisões prematuras.
O Banco da Reserva da Austrália Mantém as Taxas de Juros
A governadora do Banco da Reserva da Austrália (RBA), Michele Bullock, está atualmente respondendo às perguntas de repórteres após o anúncio da política monetária de maio, que introduz um novo formato de relatório para o banco central.
Em sua última reunião sobre política monetária, o RBA optou por manter a taxa básica de juros em 4,35%, marcando a quarta reunião consecutiva sem ajustes. No entanto, o banco central evitou se comprometer com qualquer direção específica para o próximo ajuste da taxa de juros.
Os principais destaques da coletiva de imprensa do RBA incluem a ênfase de Bullock na vigilância em relação aos riscos inflacionários e a crença de que as taxas de juros atuais são adequadas para trazer a inflação de volta aos níveis desejados. Reconhecendo a volatilidade dos dados econômicos, o RBA afirma o compromisso de assumir uma perspectiva de longo prazo.
Bullock ressalta a importância de fomentar o crescimento do emprego, ao mesmo tempo em que se atenta aos riscos associados, afirmando a prontidão do RBA para ajustar a política monetária conforme necessário. Além disso, é chamada a atenção para a consciência do governo acerca da necessidade de evitar que medidas orçamentárias exacerbem as pressões inflacionárias.
Em relação a futuros ajustes de taxas, Bullock permanece cautelosa, advertindo contra a interpretação excessiva de previsões técnicas e enfatizando a importância de manter o equilíbrio na avaliação de riscos.
A precificação do mercado é considerada razoavelmente equilibrada, embora Bullock enfatize a importância de permanecer vigilante, pois os possíveis custos de lidar com uma inflação mais alta superam aqueles associados ao gerenciamento de níveis inflacionários mais baixos.
Bitcoin Recebe Suporte do Fed
A principal criptomoeda vem enfrentando uma recente pressão de venda, especialmente após a conclusão bem-sucedida de seu quarto evento de halving em 19 de abril. Com o lançamento de ETFs spot de Bitcoin e o halving agora no passado, os investidores de criptomoedas parecem estar sentindo falta de catalisadores positivos para que haja uma valorização do preço.
A trajetória futura do Bitcoin parece depender das decisões de taxas de juros do Federal Reserve, já que dados surpreendentes de alta na inflação mudaram as expectativas de seis cortes de taxa no início do ano para menos de dois atualmente. Após a reunião dovish do FOMC na quarta-feira, que reintroduziu a possibilidade de pelo menos um corte de taxa de 25 pontos-base, o Bitcoin teve uma recuperação de sua recente mínima de dois meses de US$ 56.483.
Além disso, o Bitcoin se beneficiou do recente aumento no mercado de ações, impulsionado pelo anúncio da Apple de um programa significativo de recompra de ações. No entanto, os compradores de Bitcoin enfrentam um grande desafio para recuperar o crucial nível psicológico de US$ 60.000, e a falha na conquista desse marco poderia exacerbar a recente tendência de queda.
O lançamento de seis ETFs spot de Bitcoin e Ethereum em Hong Kong no início da semana gerou uma expectativa de aumento na demanda de investidores asiáticos. No entanto, esses veículos não atraíram os inflows (entradas) esperados, causando decepção no mercado. O relatório da BlackRock sobre outflows (saídas) de seu ETF spot de Bitcoin ressalta ainda mais a diminuição da demanda por essas opções de investimento. Olhando para o futuro, o foco do mercado muda para a aprovação de ETFs spot de Ethereum, vistos como o próximo possível fator de crescimento no setor.